As campanhas relacionadas aos meses do ano começaram a se popularizar com fins bem específicos de conscientização. Em geral, elas possuem repercussão nacional e muitas delas até mesmo internacional.
Isso porque trata-se de uma forma de conseguir atingir um grande público e, assim, melhorar as possibilidades de cuidados com relação a determinadas doenças, que possa vir ocasionar a ideação suicida.
No mês de setembro, por exemplo, a campanha é relacionada a doenças mentais, abordando mais especificamente o suicídio. A ideia de se fazer um mês todo voltado a informações quanto às ideações suicidas é tornar o problema mais acessível, menos estigmatizado e, assim, impulsionar cada vez mais a compreensão e busca por ajuda.
Considerando estes pontos, o grande foco da campanha é a valorização da vida e a disseminação do conceito de que ninguém precisa sofrer sozinho. Logo, a conversa, a busca por apoio e ajuda são importantes e podem, sem dúvidas, salvar uma vida.
Dada a importância do tema, ter acesso a essas informações é necessário tanto para quem está passando pelo problema, quanto para quem convive com essas pessoas. Afinal, tão necessário quanto conseguir pedir ajuda é saber estender a mão para ajudar.
Para contribuirmos com o Setembro Amarelo, reuni neste artigo algumas informações importantes sobre o tema. Começando por ideação suicida, você sabe o que isso significa e qual a relação com o tema? Confira!
O que é ideação suicida?
A desvalorização da vida e o desejo de interrompê-la é um problema existente na nossa sociedade como um todo, ainda que muitos preferem não assumir.
Podendo afetar qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e de qualquer classe social, a ideação suicida é um problema sério que se não combatido, pode levar ao óbito.
Dito isso, simplesmente fechar os olhos e fingir que isso não existe, nem de longe fará com que ele suma. Muito pelo contrário: ignorá-lo poderá até mesmo potencializá-lo.
Para se ter uma ideia, atualmente, segundo estatísticas, acontece 1 suicídio a cada 40 segundos em todo o mundo. No Brasil, contabilizam-se aproximadamente 32 suicídios diários. Como percebe-se, são números extremamente altos, em especial quando levamos em conta que vidas são ceifadas.
Vale frisar que o suicídio é a terceira maior causa de morte entre os jovens, o que direciona uma atenção ainda maior a esse grupo etário. Também é sabido que 96% das pessoas que cometem suicídio possuem algum tipo de transtorno mental.
Aqui, é importante ressaltar que os transtornos mentais englobam inclusive depressão, ansiedade, transtornos de humor e distúrbios alimentares.
Do grupo que alcança o êxito, em 80% dos casos houve algum tipo de atendimento médico prévio, o que também mostra que houve uma tentativa de busca por ajuda, ainda que sem sucesso.
Considerando os dados apresentados, a ideação suicida, apesar de um assunto incômodo, requer tratamento e acompanhamento médico especializado e isso não deve acontecer de maneira isolada, mas sim como medidas a serem seguidas, normalmente por um longo período. Deste modo, é preciso que se saiba que uma única consulta, por exemplo, muito provavelmente não surtirá efeito.
Felizmente, hoje é possível encontrar medicamentos seguros e eficazmente comprovados que combatem este tipo de pensamento, como é o caso, por exemplo, da cetamina.
Como ajudar alguém com ideação suicida?
Em geral, o apoio em situações de ideação suicida é uma das principais fontes de melhora do quadro. Aqui inclui-se tanto o apoio profissional médico, quanto o apoio familiar e de amigos.
Na verdade, ambos devem caminhar em paralelo, nunca um substituindo o outro, afinal, cada qual tem seu papel e deve desempenhá-lo à sua medida no apoio e busca pela melhor solução.
O suporte fornecido por amigos e família se embasa principalmente na compreensão, carinho e escuta ativa. Estar presente e ouvir o paciente faz toda a diferença. Mostrar-se disponível, sem julgamentos e sempre disposto a ajudar é muito importante para a melhora do quadro.
Já o papel do médico, apesar de também incluir tudo isso, ainda pode acrescentar o suporte de medicamentos que, em geral, fazem bastante diferença.
Além dos tradicionais, a medicina hoje pode contar com opções mais efetivas, como é o caso da cetamina, que tem uma taxa de assertividade grande e se mostra bastante eficiente.
Vale destacar que nem todo psiquiatra está apto para fazer a aplicação do fármaco, pois ele requer um nível de especialidade.
Outras alternativas ainda podem ser sugeridas pelo profissional, o que inclui a combinação das duas fontes de apoio acima com a psicoterapia, que também tem um peso importantíssimo na recuperação e melhora do paciente.
Se você conhece alguém que está passando por esta situação, incentive a busca por ajuda. Se o fato acontece com você, não tema: existem soluções e elas estão disponíveis para que sejam exploradas até que tudo se estabilize.
Qual a importância real de haver uma conscientização quanto aos pensamentos suicidas?
Debater o tema e torná-lo de acesso a todos é uma forma de desmistificar o assunto, bem como facilitar a busca por ajuda, um tratamento adequado e a melhora do quadro.
Além do mais, é imprescindível que os tabus que a ideação suicida traz consigo sejam quebrados. A desmistificação acarreta em uma maior facilidade de busca por tratamento, pois facilita o caminho aos pacientes.
Especificamente nos casos de doenças mentais, ainda existe uma barreira de preconceito que torna a procura por ajuda mais difícil. Por isso, tornar o tema de fácil acesso à população como um todo, acarreta em uma maior probabilidade de cura.
Falar sobre o assunto não leva ao incentivo do suicídio?
Um pensamento bastante comum quando o assunto é ideação suicida é que falar sobre o tema acaba por incentivá-lo.
Mas a verdade é que conversar sobre isso tem muito mais chances de afastar as ideações do que aproximá-las. Isso porque o debate proporciona uma maior compreensão sobre o assunto e possibilita que a pessoa enxergue novas alternativas.
Falar sobre algo faz com que novas perspectivas sejam aceitas, com que a pessoa que já possui o assunto na cabeça possa repensar e interiorizar novas abordagens sobre.
É inclusive durante a conversa que o paciente pode se sentir seguro para passar a exteriorizar seus sentimentos quanto ao suicídio. Portanto, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, falar sobre a ideação suicida não induz o suicídio.
Obviamente, além de falar sobre o assunto, contar com a ajuda médica faz toda a diferença. Principalmente, quando se está ligada às doenças psiquiátricas.
Dito isso, se você está tendo pensamentos suicidas ou conhece alguém que esteja, não hesite em buscar ajuda. A ideação suicida pode ser sanada com cuidados e tratamentos adequados.
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