As doenças psiquiátricas têm, cada vez mais, vencido tabus e preconceitos dentro da sociedade. Hoje já não são mais vistas como loucuras ou motivos de constrangimento, como acontecia em um passado recente.
Atualmente, com o avanço das tecnologias, sabe-se que qualquer pessoa está propensa a desenvolver um transtorno mental em qualquer momento da vida. Portanto, não há motivos para que o assunto não seja discutido e difundido dentre todos.
Neste contexto, um indivíduo que sofre com alguma doença psiquiátrica pode desenvolver uma série de problemas colaterais por conta dela.
Estes efeitos costumam ser físicos, provocando o déficit de funcionamento de alguns órgãos por conta da redução imunológica que trazem consigo, mas também podem ser na esfera social, no desenvolvimento da vida pessoal e profissional.
Resumidamente, os maiores fatores desencadeadores de transtornos mentais são a herança genética e os fatores ambientais, como as vivências individuais, os traumas vividos e até mesmo o uso exagerado de drogas, sejam elas legalizadas ou não.
Selecionamos a seguir as principais doenças psiquiátricas observadas hoje dentro da nossa sociedade para que você entenda um pouco mais sobre cada uma delas e diminua, assim, os receios sobre.
Depressão
Classificada como doença psiquiátrica afetiva, a depressão é muitíssimo comum nos dias atuais. Ela se manifesta como tristeza, apatia, uma falta da alegria de viver, desânimo, entre outros.
Vale frisar que nem sempre a depressão costuma ser um quadro permanente. Há situações em que o quadro depressivo consegue ser revertido apenas com terapia. Em outras, se faz necessária a combinação com antidepressivos para que o paciente consiga reverter o quadro.
Todavia, embora não seja permanente em muitos casos, isso não significa que não requer a mesma atenção e cuidado que outras patologias pertencentes ao rol das doenças psiquiátricas. Invariavelmente, o atendimento e acompanhamento psiquiátrico devem fazer parte da rotina do paciente.
Transtorno bipolar
Responsável por uma oscilação de humor de extremos, o transtorno bipolar acontece por uma desregulação química do cérebro. Dessa forma, as reações tendem a ser exageradas e levar o paciente a momentos de euforia imensa alternados com momentos de depressão profunda.
Estas alternâncias podem ser acompanhadas de dois tipos de estados, a mania e a hipomania. Ambos são extremos e pertencem às fases sintomáticas.
Não por acaso, a convivência com pessoas bipolares sem tratamento pode ser muito difícil. Entretanto, quando tratadas, costumam apresentar comportamentos normais em comparação a pessoas que não possuem o transtorno.
Geralmente, a associação de psicoterapia com medicação faz com que esses ciclos sejam interrompidos e o humor consiga perpetuar mais próximo de uma média estável.
Transtorno de ansiedade generalizado
Costuma-se dizer que a ansiedade é o sentimento de pessoas que sofrem por conta do que ainda está por vir. Isso significa que, muitas vezes, esses indivíduos não agiram por conta do medo do que pode acontecer.
Quando esse medo se apresenta de maneira comedida, ele é muito bem-vindo. O problema acontece quando ele passa a ser nocivo e incapacitante. Nesse nível, a ansiedade comanda a vida do paciente e ele acaba por perder o controle de si.
Neste sentido, o transtorno de ansiedade generalizada pode se apresentar de forma tão agressiva que não é atípico fazer com que os ansiosos tenham crises de ataque de pânico, podendo sentir falta de ar e dores no peito muito similares a um ataque cardíaco.
Aqui, vale destacar que a sensação de um ataque de pânico é muito traumática e deve ser acompanhada de perto por um profissional.
Transtorno obsessivo-compulsivo
Pacientes que sofrem de Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido como TOC, costumam ter pensamentos obsessivos que o prendem a determinadas situações, muitas vezes impedindo que consigam executar tarefas comuns de suas rotinas.
Não é difícil ver o TOC se manifestar em manias de limpeza, por exemplo. Pessoas que sofrem com a doença não se satisfazem em ver a casa ou o próprio corpo limpos. Elas ficam fixadas em manter essa limpeza em níveis tão altos que a realidade nunca chega ao nível suficiente para elas.
Toda essa situação resulta em uma compulsão, que gera uma repetição dos atos que nunca param, levando muitas das vezes o paciente a um esgotamento físico e mental extremo.
Para combater essa doença, a psicoterapia também é comumente recomendada e em muitas vezes é combinada com algumas medicações.
Bulimia e Anorexia
Tanto a bulimia quanto a anorexia são transtornos associados a uma distorção que o paciente tem da própria imagem. Pertencente à categoria de distúrbios alimentares, tratam-se de uma forma consciente de fazer com que o corpo não consiga se alimentar, chegando a perdas de peso tão intensas que o diagnosticado chega a ter um peso extremamente baixo ao esperado.
Embora pertencentes à mesma categoria, os transtornos possuem características distintas, por exemplo:
A anorexia é caracterizada pela decisão de recusar a comida na intenção de perder peso. Normalmente, as pessoas que sofrem desse tipo de transtorno acreditam estar acima do peso ideal, o que, na maioria das vezes, é uma ideia distorcida.
Na mesma linha de resultado da distorção de imagem vem a bulimia, porém, quem sofre dessa doença ainda ingere os alimentos, mas sofre de um arrependimento tão avassalador que, quase imediatamente, provoca o vômito a fim de se livrar da comida.
São situações, assim como as demais, muito sérias e que não devem ser vistas como sem importância. A busca por ajuda não deve ser deixada para depois, pois a restrição alimentar feita destas formas podem causar, inclusive, a morte.
Esquizofrenia
Considerada uma doença psiquiátrica psicótica, a esquizofrenia pode se apresentar sozinha ou concomitante com demais doenças. Não é incomum ela vir acompanhada de ansiedade ou bipolaridade.
Neste contexto, a esquizofrenia afeta a capacidade do paciente de entender a realidade por completo, fazendo com que ele confunda o real com o imaginário. Dessa forma, muitas vezes o esquizofrênico ouve vozes sem saber que elas somente estão em sua cabeça.
Isso se aplica também à visão, ou seja, é possível que além de ouvir vozes, a pessoa também veja outras pessoas que na realidade não existem.
Considerando todos estes fatores, esse tipo de enfermidade requer o uso de medicamentos de uso contínuo, por toda vida. Mas, o importante é que, na maioria dos casos, com o fármaco adequado o paciente consegue restabelecer sua vida de forma funcional.
Por que é importante manter acompanhamento dessas doenças?
Não há como negar, o acompanhamento médico de doenças psiquiátricas é de uma importância imensurável. Afinal, ele garante não apenas o controle das enfermidades, como também proporciona ao paciente uma melhor qualidade de vida.
Dito isso, é recomendado que se faça as consultas de tempos em tempos para que o psiquiatra possa avaliar a evolução ou involução da patologia anteriormente diagnosticada, bem como verificar se as medicações estão adequadas para aquele momento do paciente.
Há muitas situações em que o tratamento inclui medicação por um determinado período de tempo previamente estipulado, portanto, é comum que os pacientes entendam que devem apenas tomá-los e não consultar mais o especialista. No entanto, esta é uma ideia equivocada. É possível sim que, em algumas situações, não haja necessidade de aconselhamento por um longo prazo, porém, é preciso que o médico dê alta para que só então o laço de manutenção e acompanhamento seja rompido.
Em conclusão, é importante destacar que as doenças psiquiátricas são como quaisquer outras: requerem cuidados, tratamentos e acompanhamentos adequados.
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