Neste artigo iremos abordar sobre a depressão resistente. Acho que você nunca ouviu falar, mas é importante a compreensão para um tratamento mais adequado. Então vamos entender melhor sobre este assunto.
Com a correria do mundo atual, tão veloz e tão exigente, a pressão sobre todos aumenta a cada dia. O distanciamento ocasionado pela pandemia, a transformação do contato humano para virtual, além dos problemas emocionais inerentes a todos, são fatores que rondam a cabeça de pessoas do mundo inteiro em algum momento da vida.
Diante disso, não é incomum ver pessoas adoecendo por se sentirem tristes, nem incomum ver essa tristeza acabar por tomar proporções descontroladas. Com base em diversos aspectos, surge a depressão, uma doença real que precisa ser tratada.
Embora haja ainda muito preconceito quanto à depressão e outras doenças psiquiátricas, manter a mente aberta e procurar ajuda é fundamental. Quanto antes a doença for identificada, melhor e mais eficaz será o tratamento.
Entretanto, infelizmente em alguns casos, mesmo com tratamento, uma depressão comum pode se transformar em uma depressão resistente. Para se ter uma ideia, a taxa de depressão resistente é de 40% ou 1 em cada 3 tratamentos.
Em casos comuns de depressão, os medicamentos mais utilizados são os antidepressivos. Mas existem pessoas que não reagem bem a essas substâncias.
Alguns organismos simplesmente não conseguem responder como o esperado e a depressão segue assolando o paciente. Esses são os casos denominados como depressão resistente, pois ela resiste à medicação específica para a situação.
O que é depressão?
Para compreender o que de fato é depressão resistente é preciso antes compreender o que é depressão. Classificada como um transtorno de humor, a depressão é uma doença que acomete uma grande parcela da população em pelo menos algum momento da vida.
Atualmente, a depressão é considerada como uma das doenças que mais causam incapacidade no mundo, superando inclusive as doenças cardiovasculares.
Vale ainda lembrar que ela é uma patologia que pode surgir em todas as idades. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo se enquadram nesse cenário.
No geral, a depressão pode ser categorizada como de intensidade leve, moderada ou grave. São analisados, entre outros sintomas, sentimentos como uma apatia muito grande que tende a se prolongar por mais de 15 dias. Geralmente, os acometidos pelo problema apresentam sintomas bem característicos, dos quais destacam-se:
- Alteração de sono;
- Alteração de peso;
- Diminuição da autoestima;
- Sensação constante de culpa;
- Ansiedade;
- Irritabilidade;
- Aumento da frequência de pensamentos negativos;
- Perda do interesse por atividades que sempre trouxeram alegria e satisfação.
Agora que já contextualizamos o que é depressão, vamos entender o que é depressão resistente.
O que é depressão resistente?
Ainda sem uma causa determinada, a depressão resistente é aquela, como o próprio nome induz a concluir, onde os sintomas resistem ao tratamento.
Esse tratamento deve incluir tentativas com duas classes diferentes de antidepressivos, que devem ser usados por pelo menos 6 semanas e em doses terapêuticas. Segundo o Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde, por volta de 50% dos pacientes com depressão não respondem ao primeiro medicamento que utilizam.
Para tanto, algumas estratégias podem ser utilizadas a fim de auxiliar esse grupo de pacientes que não consegue obter resposta aos tratamentos mais comuns e tradicionais. A combinação de antidepressivos com psicoterapia é o principal. A variação da eficácia se dá principalmente por conta da individualidade de cada um: a velocidade de metabolização do medicamento no fígado, a produção de neurotransmissores e até a sensibilidade dos receptores.
Como funciona o tratamento para depressão resistente?
O tratamento para quadros depressivos varia de acordo com cada caso, em alguns deles, o tratamento indicado requer uso de medicamentos. Ele atua no sistema nervoso com o intuito de regular os fluxos dos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina, dopamina).
Assim como os antidepressivos, os ansiolíticos (para casos em que a ansiedade acompanha) e antipsicóticos (para perturbações psicóticas) também podem ser indicados separadamente ou ainda combinados. Todos devem ter o uso por um período médio de ao menos quatro semanas para que se possa observar alguma melhora, porém, apenas o médico poderá definir com precisão o tempo exato de tratamento.
Já a depressão resistente é um pouco mais difícil de ser tratada, atualmente há algumas estratégias de tratamento com ótimos resultados. Como é por exemplo o caso da administração de cetamina, um anestésico poderoso e eficiente em quadros como da depressão resistente.
Quais são as causas da depressão resistente?
De maneira resumida, não há exatamente um consenso a respeito das causas da depressão resistente. Acredita-se, no entanto, que a resistência a medicamentos em quadros depressivos é um dos principais fatores que levam uma depressão comum a se tornar resistente.
Além do destacado, há de se levar ainda em conta outros fatores que têm apontado alguns índices de interferência ou casa para tal resistência. São eles:
- Hipotireoidismo;
- Diagnósticos psiquiátricos (não diagnosticados ou diagnosticados de forma errônea) como bipolaridade;
- Déficits nutricionais;
- Depressão grave por um período muito longo.
Depressão resistente: o que fazer quando os antidepressivos não funcionam?
Como vimos no decorrer deste artigo, há casos de depressão em que as alternativas de tratamento não fazem efeito, mesmo assim, não há motivo para pânico. Com muitas pesquisas em desenvolvimento e concluídas, a comunidade médica já apresenta alguns tratamentos efetivos para quem apresenta depressão resistente.
Vale destacar que cada caso deve ser avaliado por um médico, que primeiramente confirmará se o quadro se trata realmente de depressão. Após essa confirmação, verificará se os remédios estão corretos quanto à dosagem e tempo. Respeitando esse passo-a-passo e se assegurando de realmente tratar de um quadro resistente, o médico terá algumas escolhas alternativas ao corriqueiro.
Frente a sua avaliação, poderá optar por associação de antidepressivos com lítio, antipsicóticos, metilfolato, ômega 3 em altas doses, estimulantes e/ou hormônios. Ainda poderá optar por utilizar-se de cetamina, uma medicação relativamente nova que atua em outro neurotransmissor, o glutamato.
Desta forma, a cetamina tem se mostrado uma excelente opção de tratamento para quadros graves, pessoas com pensamentos suicidas e depressão resistente.
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