Atualmente, a depressão é uma das doenças que acometem grande parte da população mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofrem de depressão ao redor do mundo. Apesar de ser comum, não é tão simples como a maioria das pessoas imaginam. Ela tem muitos desdobramentos em sua classificação, um deles é a depressão psicótica, classificada como um dos tipos mais graves.
Embora a depressão seja uma das doenças psiquiátricas mais conhecidas e faladas atualmente, há ainda inúmeras dúvidas a respeito do assunto. Na maioria dos casos, os sintomas depressivos como sensação de tristeza profunda, desânimo e pessimismo se fazem presentes, podendo ser mais leves ou mais graves e perceptíveis. Enquanto em outros, os pacientes não necessariamente apresentam apenas sintomas depressivos, como no caso da depressão psicótica.
Pensando nisso, é importante conhecer um pouco mais a fundo a depressão psicótica para de fato entender se este é ou não o caso a ser analisado ou identificado. Vamos entender no decorrer deste artigo o que é, quais são as principais causas, sintomas, como funcionam o diagnóstico e o tratamento para depressão psicótica. Confira:
O que é depressão psicótica?
Em resumo, ainda que tenha um nome diferente, a depressão psicótica não deixa de ser uma ramificação do quadro de depressão. Por conta disso, pacientes com depressão podem, muitas vezes, também apresentar manifestações psicóticas.
Considerando tais aspectos, até agora a medicina não tem tido êxito ou métodos objetivos para diferenciar esses quadros de depressão, o que sem dúvidas, dificulta o diagnóstico correto e a adoção do tratamento mais adequado.
Desta forma, a depressão psicótica é enquadrada como uma doença psiquiátrica dentro das depressões, sendo considerada como um dos tipos mais graves da doença, pois possui a presença de delírios e/ou alucinações. Podendo ainda, ocorrer turvação da consciência em casos mais graves.
Segundo estudos preliminares do Departamento de Neurociência e Comportamento da FMRP-USP, pacientes com depressão psicótica apresentam alterações no volume de determinadas estruturas cerebrais. Ainda de acordo com os estudos, essas estruturas fazem parte do sistema límbico, uma região do cérebro responsável pelas emoções.
O paciente diagnosticado com depressão psicótica, além de estar com os sintomas depressivos comuns, ainda sofre com alucinações; imagina vozes e pessoas inexistentes; passa a viver uma realidade distorcida e apresenta uma maior dificuldade de organizar seus pensamentos. Também não é incomum se sentirem perseguidos o tempo todo, mesmo não havendo nenhum indício real de que isso esteja acontecendo.
Causas da depressão psicótica
Até os dias atuais não se tem certeza de um fator preciso que cause a depressão psicótica. Portanto, não se pode ainda apontar um único motivo que seja verdadeiramente o responsável pelo quadro. Entretanto, sabe-se que agentes hereditários, biológicos e ambientais têm bastante influência sobre o aparecimento da doença. Entenda:
- Histórico familiar: observa-se uma maior manifestação da doença em pessoas que possuem família com histórico familiar de transtornos mentais em geral.
- Alterações hormonais: já há confirmação também de interferência ocasionada por conta de alterações hormonais.
- Traumas: a experimentação de situações de trauma ou de estresse exacerbado são fortes indicadores de aparecimento da doença.
Existem outras informações relevantes a serem pontuadas sobre a depressão psicótica, a primeira delas é que na maioria das vezes ela se manifesta em mulheres adultas. O outro ponto importante a ser destacado é que pessoas que viveram uma infância difícil costumam estar mais propensas a também desenvolver o transtorno.
Mesmo sabendo que não são sentença de que a pessoa terá obrigatoriamente a doença, quando se enquadrar nas condições de risco, vale a pena redobrar a atenção aos sintomas e em caso de suspeita ir a um especialista. Afinal de contas, somente um psiquiatra é capaz de diagnosticar com precisão e indicar o tratamento mais adequado caso a caso.
Principais sintomas da depressão psicótica
Por tratar-se de depressão antes mesmo de apresentar características psicóticas, ela traz consigo todas as características apresentadas em um quadro depressivo, como por exemplo:
- Tristeza profunda
- Desânimo
- Fadiga
- Maior dificuldade de se concentrar
- Problemas para dormir ou até mesmo o excesso de sono
- Alteração do apetite, seja para mais ou para menos
- Pensamentos suicidas
Quando se mostra como depressão psicótica, esses sintomas ainda são acrescidos de:
- Agitação
- Delírios
- Alucinações
- Sensação de estar sendo perseguido
Diagnóstico e tratamento para a depressão psicótica
Em geral, o diagnóstico de toda e qualquer doença psiquiátrica deve ser feito por um profissional qualificado. Neste caso, especificamente, o profissional é o médico psiquiatra. Ele é a pessoa competente para fazer a anamnese e reconstruir a história médica do paciente dentro do consultório para, assim, conseguir chegar a um diagnóstico preciso.
Um bom indício de que realmente se está falando de depressão psicótica é observar se o paciente tem ao menos 5 sintomas manifestando-se ao mesmo tempo, por períodos que sejam de ao menos 2 semanas. Eles devem ainda ser somados a um dos sintomas da psicose, ou seja, paranóia, alucinação ou delírio. Analisando minuciosamente, o psiquiatra conseguirá desvendar o real problema de quem estiver avaliando.
Quanto ao tratamento, este costuma ser padrão, apesar de personalizado de acordo com cada paciente. O combo fármaco + terapia é a fórmula ideal. Entretanto, qual medicamento utilizar e a frequência com que a terapia deve ser feita são os detalhes que irão variar de paciente para paciente. O médico é quem saberá prescrever de acordo com o grau de cada transtorno.
Atualmente, a cetamina tem sido um dos medicamentos mais promissores para o tratamento de depressão com sintomas graves. Tendo inclusive, comprovado os diversos benefícios para o controle dos sintomas causados pela depressão. Para saber mais a respeito, clique aqui.
Depressão psicótica tem cura?
Usar a palavra cura quando se trata de depressão psicótica é uma questão um pouco complexa. O que se observa é que a cura, propriamente dita, não existe. Porém, o tratamento adequado e contínuo com acompanhamento psiquiátrico, traz sim a devolução de uma vida normal.
É muito importante que o paciente que possui essa condição não desista do tratamento por conta própria. Esse é um evento comumente observado e muito perigoso. Logo, abandonar a terapia e os medicamentos antes de receber o aval do médico pode colocar a perder toda a evolução já alcançada até o momento.
Portanto, seguir à risca tudo que é prescrito de forma correta é a melhor forma de evitar que novos episódios ocorram e, assim, proporcionar uma retomada da vida saudável.
Mesmo sendo ainda rodeada por preconceitos, a depressão deve ser encarada como qualquer outra doença. Deste modo, mostra-se indispensável a busca por informações corretas e o tratamento adequado para que se retorne à vida normal.
Vale destacar que sem o auxílio médico qualificado não há a possibilidade de solucionar e nem mesmo controlar o transtorno. Por isso, a conscientização e desmistificação de doenças psiquiátricas se mostra tão significativa.
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