A depressão pós-parto é uma doença psiquiátrica que pode afetar mulheres após o parto. Normalmente, ocorre entre a 4° e a 8° semana do puerpério. Os principais sintomas apresentados são: tristeza profunda; ansiedade; exaustão; alteração do sono, apetite e humor; palpitações no coração; falta de ânimo; entre outros.
Segundo um estudo realizado pela instituição Oswaldo Cruz, estima-se que cerca de 25% das mulheres desenvolvem depressão pós-parto. Entretanto, é importante destacar que alguns casos tendem a ser mais intensos do que outros. Mas, em geral, assim que os sintomas são notados, o tratamento é fundamental.
A depressão pós-parto, pode se apresentar em três níveis, sendo: tristeza materna; depressão pós-parto e psicose pós-parto. Em qualquer um destes níveis, é necessário atenção e apoio, tanto médico quanto familiar.
No caso da depressão pós-parto, especificamente, pode-se observar uma grande perda para mãe e filho. Por acontecer logo no início da vida da criança, a relação entre ambos pode ser bastante prejudicada, trazendo prejuízos posteriores ao desenvolvimento emocional do bebê. Vamos entender mais sobre o assunto no decorrer deste artigo.
Principais sintomas da depressão pós-parto
Apesar de ter sintomas bem específicos, a depressão pós-parto também apresenta alguns dos sintomas da depressão comum. Os primeiros sinais de alerta devem ser:
- Muita tristeza em um momento que deveria ser cheio de alegrias: a chegada do bebê
- Aumento muito acima do comum da irritabilidade
- Instabilidade emocional (choro excessivo)
- Dores de cabeça e/ou no peito
- Alteração do sono, podendo variar para excessivo ou completamente escasso
- Alteração do padrão alimentar
- Falta de controle quanto ao peso (perdendo ou ganhando em excesso)
- Palpitações no coração
- Falta de sensibilidade ou hiperventilação (respiração rápida e superficial)
- Problema de concentração
- Dificuldade em tomar decisões
- Memória afetada em demasia
- Ter preocupação (ou nenhuma) em demasia com o bebê
- Ter medo de se machucar ou machucar o bebê
- Falta de interesse em atividades prazerosas
- Baixa libido
- Sentimento de inutilidade e baixa autoestima
Muitos dos sintomas destacados podem ser confundidos com o cansaço que ocorre com a chegada da criança. Desta forma, é aconselhável que as demais pessoas da casa fiquem de olho na mãe. Percebendo qualquer anormalidade, um especialista deve ser consultado.
É importante destacar que quão breve um médico seja consultado e o problema seja identificado, maiores serão as chances do tratamento e menores serão os prejuízos tanto para a mãe, quanto para o bebê.
Como identificar a depressão pós-parto
Logo após o nascimento, cerca de 2 a 3 dias, é comum a mulher passar por um período de tristeza. Esse momento é chamado de baby blues, sendo considerado totalmente normal. O baby blues costuma afetar uma parcela bem grande das mães e tende a durar não mais do que 10 dias. Passado esse período, a inclinação é de que a situação passe a se organizar sem que seja necessária qualquer intervenção médica.
Todavia, se os sintomas seguirem após esse período, eis que há um motivo para que se fique em estado mais atento. Persistindo por mais tempo ou dependendo da intensidade, é necessário que se avalie mais de perto a situação da mãe, pois é possível que não seja apenas baby blues, mas sim depressão pós-parto.
Causas da depressão pós-parto
Apesar de ainda não se ter descoberto o porquê a depressão pós-parto acontece, existem observações sobre fatores que podem influenciar diretamente no seu aparecimento.
O primeiro deles é a queda de níveis hormonais que acontecem no momento do nascimento. Para se ter uma ideia, em 24h a mulher tem uma diminuição imensa dos índices de progesterona e testosterona no organismo. Essa queda é considerada por muitos especialistas como uma grande contribuinte para o agravamento dos casos.
Também existe uma série de acontecimentos que tendem a piorar os sentimentos de tristeza que podem acompanhar a puérpera. O cansaço e a privação de sono, por exemplo, são o carro-chefe dessa lista.
Junto deles, constata-se também sentimentos de exaustão e estresse diante da nova rotina, que muitas vezes ainda é somada à anterior, levando a mulher a um acúmulo muito grande de tarefas.
Em resumo, todas essas questões, somadas à perda de controle da rotina, associada a perda de identidade (o que é muito comum), mais os longos períodos de tempo dentro de casa para cuidar do bebê são consideradas por muitos especialistas como causas da depressão pós-parto.
Diagnóstico e tratamento para depressão pós-parto
No geral, o diagnóstico da depressão pós-parto é feito por um médico especialista, que no caso é o psiquiatra. Apenas ele poderá determinar quantas consultas serão necessárias para que não restem dúvidas sobre a condição da paciente e indicar o diagnóstico. Por sua vez, com o diagnóstico em mãos, a primeira informação importante é: depressão pós-parto tem cura!
Embora haja ainda muitas dúvidas quanto ao tratamento de doenças psiquiátricas, é valido dizer que a depressão pós-parto tem cura. Neste caso, a cura se dá através de psicoterapia e medicamentos. Muitas vezes a união de ambos é o caminho mais acertado para a melhora rápida.
Da mesma forma que o diagnóstico só deve ser feito por um especialista, o tratamento também segue a mesma linha. Logo, a escolha sobre o que fazer deverá somente ser apontada pelo médico, que irá definir a estratégia de tratamento mais acertada.
Ainda há de se atentar ao fato da amamentação: quando a mãe precisa fazer uso de antidepressivos e ainda está amamentando, o profissional que a atender deve ser informado sobre isso. Isso porque, há medicações que passam para o leite, podendo fazer mal ao bebê. Portanto, a automedicação não é recomendável e deve ser evitada.
Como prevenir a depressão pós-parto?
Infelizmente, nos dias de hoje não há nenhum indicador sobre como a depressão pós-parto pode ser prevenida. Deste modo, ficar de olho na mãe que acabou de parir para, caso ela apresente o problema, poder ser diagnosticada e cuidada o mais rápido possível ainda é a melhor indicação.
Vale frisar que apesar de todos os olhos se voltarem ao bebê que acabou de chegar, a mãe também precisa de muita atenção.
Considerando tais aspectos, é sempre importante lembrar aos adultos que a cercam que o auxílio, sempre que necessário, faz com que essa passagem para o mundo materno se dê de forma muito mais tranquila e feliz. O que, talvez, pode minimizar e evitar a depressão pós-parto.
Quando procurar um especialista?
Sempre que houver qualquer dúvida sobre a situação emocional da mãe, é indicado que se busque ajuda. No caso da depressão pós-parto, pode-se facilmente confundir com exaustão ou um simples cansaço.
Por isso, em caso de suspeita, ir ao médico é a solução mais apropriada. Uma vez que ele terá a capacidade de diagnosticar com maior propriedade sobre o assunto.
É muito importante ainda salientar que quanto antes o diagnóstico for feito, menores serão os danos para a relação mãe e filho. Além do mais, o tratamento precoce da doença faz com que tudo seja mais facilmente resolvido e o vínculo se reestabeleça de forma a retomar o vínculo materno como deve ser.
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