A ansiedade é um sentimento que todo mundo tem e é caracterizado por ser uma antecipação de possíveis cenários ruins que podem vir a acontecer. Ou seja, nada mais é do que um medo de que algumas situações do próprio cotidiano tenham um resultado indesejado.
Em um estudo publicado pela OMS em 2017, a estimativa era de que, especialmente no Brasil, 9,3% da população sofria com esse tipo de problema. Sendo, o número 3x maior que a média mundial. Em março deste ano, por sua vez, um novo estudo divulgado pela OMS, indicou um aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão ao redor do mundo.
Não há como negar que o aumento notado tenha ocorrido principalmente por conta da pandemia de Coronavírus que atingiu o mundo em 2020. Entretanto, fato é que muito antes disso, já se notava um crescimento de casos de ansiedade, tanto no Brasil, quanto no mundo.
Por se tratar de um sentimento incontrolável de medo e preocupação muito acima do comum, a ansiedade afeta bastante o bem-estar de quem sofre com ela. Atrapalhando também a vida profissional do paciente.
Considerando todos estes aspectos, é aconselhável a observação real dos sintomas para que os devidos cuidados sejam tomados o quanto antes e não se tornem um grande vilão para as atividades da mente e até mesmo do corpo. Vamos entender mais sobre a ansiedade no decorrer deste artigo e compreender quando de fato esse sentimento tão comum se torna um problema.
Ansiedade normal x ansiedade patológica
Como vimos, a ansiedade é um sentimento inerente a todo ser humano. Logo, em doses adequadas, é até mesmo importante para a nossa sobrevivência. Sendo assim, a forma com que o corpo encontra de reagir a determinadas ocorrências do dia a dia.
Sempre que o cérebro identifica uma ocasião como sendo de algum tipo de risco, ele prepara o corpo de forma física e mental para dar uma resposta. Seja em forma de fuga, ou em forma de enfrentamento, a ansiedade tem basicamente essa função.
Porém, quando descontrolada, ela faz exatamente o oposto ao que se espera: ela congela. Com isso, o indivíduo se sente petrificado diante da situação atípica e não consegue, de fato, ter nenhum tipo de atitude a não ser o pânico. Toda essa situação drena muita da energia do corpo porque a preocupação com o todo se eleva muito além do que deveria.
Mas afinal, quais são os fatores e causas da ansiedade? Vamos descobrir a seguir:
Principais fatores e causas da ansiedade
Basicamente, a ansiedade é oriunda de uma série de fatores, dentre eles, podemos citar:
- Fatores genéticos: a pessoa com histórico de ansiedade na família têm maior propensão a desenvolver a condição também. Isso não é uma sentença, apenas um tópico que aumenta a probabilidade.
- Eventos traumáticos: o acontecimento de eventos que causem algum tipo de trauma, que de fato tragam algum impacto psicológico, como um acidente, por exemplo, também podem causar ansiedade.
- Situações de muito estresse: quando há um acontecimento que gera uma expectativa ruim, a ansiedade costuma se elevar muito. A exemplo, o aparecimento de problemas financeiros.
- Condições físicas: alguns problemas cardiovasculares e hormonais também possuem a capacidade de afetar diretamente o lado emocional das pessoas. Por isso, podem acabar gerando um nível alto de ansiedade.
- Abuso de drogas lícitas e/ou ilícitas: por fim, o uso de tabaco, álcool, medicamentos e ilícitos por influenciarem diretamente no sistema nervoso e afetarem a forma como a pessoa lida com as situações, também é considerado um fator causador de ansiedade.
O que a ansiedade pode causar no corpo?
Apesar de muito comum, a ansiedade assim como outras doenças psicológicas possui grau de complexidade. Isso porque, a ansiedade é cheia de sintomas peculiares que merecem uma atenção especial.
É importante destacar que a ansiedade pode apresentar sintomas similares a outras patologias, portanto, é necessário conhecer quais são esses sintomas para que se consiga um diagnóstico mais preciso.
Em resumo, os sintomas da ansiedade afetam diversas áreas da vida do paciente, apresentando-se como sintomas psicológicos, físicos e ataques de pânico. Entenda:
Sintomas psicológicos
Em geral, os sintomas psicológicos, assim como os físicos, podem facilmente ser confundidos com algumas outras enfermidades. Mesmo assim, é importante conhecê-los para monitorar e, se necessário, reportar ao médico. Entre os principais sintomas psicológicos associados à ansiedade, podemos citar:
- Medos exagerados, muito acima dos padrões observados na maioria da população;
- Descontrole sobre os próprios pensamentos;
- Dificuldade de conseguir relaxar. A cabeça nunca para de pensar no problema;
- Inquietação da mente;
- Dificuldades para dormir;
- Alteração do padrão alimentar, seja ele para mais ou para menos.
Sintomas físicos
Quanto aos sintomas físicos, estes podem ser facilmente percebidos e dar grandes indícios de que as coisas estão começando a sair do controle. São eles:
- Taquicardia;
- Suor em demasia;
- Tremores;
- Tensão muscular;
- Dores de cabeça e estômago.
Sintomas de ataques de pânico
Além dos sintomas psicológicos e físicos, uma pessoa que sofre de ansiedade, também pode apresentar ataques de pânico. Basicamente, o ataque de pânico é uma situação em que o sentimento de ansiedade ultrapassa a barreira simples de uma condição patológica. Entre os sintomas, destacam-se:
- Sintomas psicológicos e físicos padrão;
- Muita angústia;
- Choro compulsivo;
- Sensação de sufocamento;
- Falta de ar;
- Sensação de que irá morrer;
- Diarreia;
- Formigamento dos membros;
- Fraqueza no corpo em geral.
Diagnóstico e tratamento para a ansiedade
Com a observância dos sintomas descritos, principalmente se eles persistirem por mais de 6 meses, o indicado é procurar ajuda médica o quão breve possível. Desta forma, o profissional adequado para tratar a ansiedade e seus distúrbios é o psiquiatra. Somente ele poderá indicar a melhor estratégia de terapia, mudança de hábitos de vida ou até medicamentos para auxiliar no tratamento.
Normalmente, feito o diagnóstico, o tratamento pode ser composto de:
- Terapia: onde será trabalhado as emoções como um todo, com a possibilidade de encontrar os motivos mais obscuros que resultaram no problema atual.
- Alterações na rotina: a melhora dos hábitos cotidianos, incluindo a prática de atividade física e modificação da rotina alimentar para uma mais saudável, trazem benefícios químicos para o corpo, aliviando, inclusive, os sintomas da ansiedade.
- Medicamentos: a utilização de fármacos, quando necessária, facilita muito a melhora rápida do paciente. Podendo ser o empurrãozinho que o paciente precisa para que busque as outras duas alternativas e, então, livre-se de vez dos problemas causados pela ansiedade.
Quando se torna um problema e quando buscar por ajuda?
De maneira geral, sempre que uma condição psicológica ou emocional passa a mostrar-se como um problema mais real, atrapalhando o desenvolvimento de uma vida tranquila, a indicação é de que se busque ajuda.
É muito comum encontrar um bloqueio geral com relação a doenças da mente. Principalmente, considerando o tabu que para muitos essas doenças significam. Entretanto, é importante destacarmos que as doenças mentais e/ou psicológicas devem ser tratadas como qualquer outra doença.
Deste modo, a necessidade de tratamento é tão concreta que a inexistência dele pode levar a problemas sérios de saúde para o paciente acometido com o transtorno. Portanto, a ansiedade se torna um problema, principalmente, quando o seu corpo é afetado de forma negativa por algum dos sinais descritos no decorrer deste artigo.
Caso observados, peça ajuda médica para obter o diagnóstico correto e faça o tratamento adequado para o seu caso. É importante que você saiba que a ansiedade tem cura, basta apenas que a intervenção correta seja feita.
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