A depressão, a ansiedade e o estresse são condições comuns que podem afetar qualquer pessoa em qualquer idade. Há inúmeras razões que podem resultar em sintomas e no desenvolvimento destas patologias, uma delas é o meio em que se vive.
Situações de estresse, trauma e luto também são frequentemente associadas às doenças. Mas vamos falar da depressão, ansiedade e estresse pós Covid-19 que é um problema que vem sendo relatado por muitas pessoas.
Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde foi alertada sobre o crescente número de casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China. Apesar de serem identificados a princípio como casos de pneumonia, logo se descobriria que na verdade tratava-se de um novo tipo de coronavírus que até então, nunca tinha sido identificado em humanos.
A partir de então, nada jamais seria como antes. O vírus passou a contaminar um número cada vez maior de pessoas, ultrapassou os limites do país, se disseminou pelo mundo, causando a morte de muitas pessoas e resultando em grandes sequelas em muitas outras.
Não há como negar que toda essa situação resultaria em certo ponto em inúmeros problemas para a psique de todo o mundo. Afinal, foram milhões de pessoas afetadas pelo vírus. Toda essa situação não demoraria para se confirmar.
Um estudo recente confirmou que a pandemia de covid-19 provocou um aumento global em distúrbios como a depressão e ansiedade. Neste estudo, destacou-se o surgimento de mais de 53 milhões de casos novos de depressão e mais de 76 milhões de casos de ansiedade apenas em 2020.
Considerando todo este panorama, resolvi trazer este estudo para debatermos o impacto da pandemia em relação ao aumento de casos de depressão, ansiedade e estresse pós-Covid-19. Acompanhe:
A depressão, ansiedade e estresse pós Covid-19, entenda sua relação
Recentemente todo o mundo passou por uma pandemia, na qual surpreendeu a todos por sua alta capacidade de contaminação. Por se tratar de uma doença nova à época, ninguém sabia ao certo como lidar e evitar sua ampla disseminação. Desta forma, a única maneira encontrada foi isolar toda a população do convívio social.
Toda essa situação foi causada por conta da Covid-19 que nada mais é do que uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de alta transmissibilidade e disseminação global.
Pertencente à família dos vírus, a Covid-19 pode ser adquirida de inúmeras maneiras. Sabe-se que atualmente, ela pode ser transmitida pelo ar, contato e até mesmo pela água. À época, pouco se sabia sobre o vírus, mas já se sabia que poderia ser transmitido através do contato e, portanto, toda e qualquer interação social foi restringida.
Algum tempo depois, conforme foi-se adquirindo mais informações sobre o assunto e com o desenvolvimento das vacinas, a vida voltou aos poucos a ser como era. Ao menos era o que se imaginava que deveria ocorrer, mas não foi bem isso o que aconteceu. Após milhares de perdas, chegando a milhões se considerarmos a população mundial, o mundo jamais poderia ser como antes. Essa teoria não demoraria para se mostrar realidade. Estudos recentes do periódico científico The Lancet, destacou o aumento global de distúrbios como a depressão, ansiedade e estresse pós Covid-19.
Sobre o estudo
Um estudo divulgado pelo periódico científico The Lancet, avaliou os impactos globais nos transtornos de ansiedade e no transtorno depressivo maior, quantificando a prevalência e os classificando por sexo, idade e localização. Para este estudo, foram analisados dados de pesquisa populacional publicados entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021 de 204 países e territórios.
A análise foi feita a partir de uma ferramenta que permitiu estimar as mudanças na prevalência dos distúrbios conforme os diferentes indicadores populacionais, o que levou a concluir que o aumento de casos de Covid-19, bem como o isolamento imposto, estão associados com a prevalência dos transtornos. Isso porque, de acordo com o levantamento, os países mais afetados pela pandemia em 2020 tiveram também o maior crescimento de casos de depressão e ansiedade.
Para se obter uma conclusão assertiva, foram analisados também o mesmo período pré-pandemia. As estimativas do modelo destacaram que na ausência da pandemia os casos de depressão somavam cerca de 193 milhões. Já no estudo que abordou os dados durante a pandemia, os casos de depressão tiveram um aumento de 28%, resultando em mais de 53 milhões de casos, onde 66% dos casos novos foram de mulheres e 34% de homens.
Quanto aos casos de ansiedade, as estimativas pré-pandemia eram de 298 milhões de casos, enquanto durante o período analisado (2020-2021) somaram 374 milhões de casos, tendo, portanto, um aumento de 26%. Dos casos adicionais (76 milhões), cerca de 68% foram de mulheres e quase 32% de homens.
Para o autor principal do estudo, o pesquisador Damian Santomauro da Universidade de Queensland, nos Estados Unidos, as descobertas do estudo destacam a necessidade do fortalecimento dos sistemas de saúde mental para absorver a demanda crescente dos transtornos de ansiedade e depressão em todo o mundo.
Depressão e ansiedade: o que fazer ao identificar os sintomas?
A depressão e a ansiedade são transtornos que apesar de serem identificados como distintos, podem andar juntos. Isso ocorre porque não é incomum que um paciente diagnosticado com depressão também possua um diagnóstico de ansiedade e vice-versa.
Todavia, é importante ter em mente que a ansiedade é um sentimento natural do ser humano, sendo inclusive, considerado como essencial para a nossa evolução e sobrevivência. Afinal, é ele quem despertará o sinal de alerta para identificarmos situações para fuga, resolver problemas e preservarmos a nossa integridade.
Por outro lado, quando este sentimento passa a dominar os pensamentos de um indivíduo, causando-lhe problemas de convivência e dificultando a sua vida, passa a ser considerado como um transtorno.
Os sintomas relacionados ao transtorno de ansiedade incluem: pensamentos fixos e obsessivos; insônia; medo irracional; tensão muscular; palpitações no peito; sensação de morte eminente; crises de pânico; medo do convívio social; problemas gastrointestinais; flashbacks; entre outros.
Já a depressão ocorre quando uma pessoa se sente extremamente triste, quando há a presença de desânimo, baixa autoestima e falta de vontade de fazer coisas que antes lhe eram prazerosas.
É importante destacar que há momentos em que todos estes sentimentos podem ser considerados “normais”, como é o caso, por exemplo, do luto. Entretanto, quando perduram por semanas, há de se acender o sinal de alerta.
Entre os principais sintomas da depressão incluem: sensação constante de vazio e tristeza; falta de vontade de viver; irritabilidade; falta de energia, cansaço e apatia constante; problemas com sono (falta ou excesso); perda de apetite; falta de concentração; abuso de drogas e álcool; pensamento de morte e suicídio.
O que fazer ao identificar sintomas de depressão e ansiedade?
Tanto a depressão quanto a ansiedade são patologias pertencentes aos transtornos mentais. Os transtornos mentais são tratados pelo psiquiatra, sendo ele responsável por diagnosticar e determinar a melhor abordagem terapêutica caso a caso.
Levando isso em conta, assim que notado qualquer sintoma relacionado aos transtornos de depressão ou ansiedade, é recomendado procurar pelo atendimento de um psiquiatra.
É importante destacar que assim como toda e qualquer doença, os transtornos mentais também devem ser levados em conta e da mesma forma são dignos de preocupação e tratamento. Além do mais, é importante frisar que quanto antes forem diagnosticados, maiores serão as chances de tratamento e maiores serão as chances de o paciente ter uma melhor qualidade de vida.
Portanto, se você ou qualquer outra pessoa do seu círculo social estiver demonstrando sintomas de ansiedade e depressão, não hesite em busca ajuda especializada!
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