Conhecida como a “doença do século”, a depressão é uma doença mental que vem ganhando atenção à medida que aumenta o número de pessoas diagnosticadas. Segundo a Associação Mundial da Saúde (OMS), mais de 264 milhões de pessoas sofrem com essa doença.
Além dos fatores genéticos e biológicos, o momento da vida: infância, adolescência, idade adulta ou velhice, pode afetar a ocorrência de certas doenças. Estes fatores genéticos combinados com alterações neuroquímicas e estressores ambientais, são os que mais causam transtornos psiquiátricos.
A doença pode ou não aparecer, vai depender da fase que está vivenciando, das demandas diárias e da pressão que sofre.
Exemplos de transtornos psiquiátricos relacionados a faixa etária são o espectro autista ou TDH que costumam ser diagnosticados ainda na infância, mas podem ou não permanecer na fase adulta. Já a esquizofrenia raramente se apresenta antes dos 10 anos de idade ou depois dos 50, mas costuma permanecer até a velhice. Para cada idade, um risco.
Depressão em crianças:
Ao contrário do que se pensa, a depressão não está presente apenas na fase adulta, pessoas em qualquer faixa etária, incluindo as crianças de até dois anos, podem desenvolvê-la dependendo do ambiente em que vive, ou dos gatilhos que desenvolve ao vivenciar experiências traumáticas.
Diagnosticar depressão em crianças é mais difícil porque os sintomas podem ser confundidos com malcriação, birra, mau humor, amargura e agressividade. O que distingue a depressão da melancolia cotidiana é a intensidade, tenacidade e mudança nos hábitos de atividades habituais da criança.
Usualmente se manifesta em uma situação traumática, por exemplo: Separação dos pais, mudança de escola, morte de um ente querido ou de um animal de estimação.
Sintomas:
- Sentimento de desespero.
- Dificuldade em se concentrar, lembrar ou pensar.
- Nostalgia.
- Pessimismo.
- Agressividade.
- Falta de apetite.
- Corpo arqueado.
- Falta de divertimento.
- Isolamento.
- Indiferença.
- Insônia ou muito sono
- Não prestar atenção em tudo que tenta fazer.
- Queixas de dores.
- Baixa auto-estima e sentimentos de inferioridade
- Ideação suicida ou pensamentos de tragédia ou morte.
- Sensação freqüente de cansaço ou falta de energia
- Culpa.
- Dificuldade de separação da mãe.
Depressão em adolescentes:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão atinge cerca de 10% a 20% dos adolescentes do mundo inteiro. Além disso, muitos jovens não recebem o tratamento adequado devido à falta de informação sobre a doença, o que acaba negligenciando os sintomas e acarreta no desenvolvimento de sérios comportamentos de risco.
Em geral, os sintomas são os mesmos que acometem os adultos. No entanto, alguns são muito específicos dessa faixa etária. Confira a lista abaixo:
- Mudanças de humor
- Alteração de comportamento
- Queda no desempenho escolar
- Alterações no sono e apetite
- Sintomas físicos
- Auto-mutilação
- Ideação suicida
Não existe uma causa única para a depressão na adolescência. Existem diversos fatores internos e externos que podem ser propulsores. Genética, doenças crônicas ou o ambiente em que você vive podem desempenhar um papel.
A fase da adolescência já é muito turbulenta. O jovem está vivendo um momento de transição entre a infância e fase adulta, uma fase cheia de experiências e emoções. Com isso, todos esses sentimentos tornam os jovens mais propensos à depressão.
Depressão em adultos
Na idade adulta há muita demanda de trabalho, ganhar dinheiro e estabilidade. As demandas sociais e familiares, como morar em uma cidade-estado grande, contribuem para o surgimento dos sintomas de ansiedade e depressão.
A prevalência ao longo da vida é de cerca de 10%. Os fatores de risco incluem depressão prévia e histórico familiar de depressão. Luto recente, estresse ou uma condição clínica podem contribuir para isso.
Um formulário de autoavaliação é útil para triagem e diagnóstico, mas um diagnóstico clínico é essencial. Em caso de um diagnóstico positivo, o tratamento e acompanhamento deve ser iniciado.
A maioria dos pacientes responde bem ao tratamento com antidepressivos, psicoterapia ou uma combinação dos dois.
A ideação suicida pode ocorrer antes do tratamento e atingir o pico durante o tratamento, por isso, se recomenda uma monitorização rigorosa desde o início.
Depressão em idosos
A terceira idade não está isenta de desenvolvimento da depressão. Nessa fase da vida em que há afastamento dos filhos, morte de amigos e perda crescente de habilidades, é comum o aparecimento do transtorno depressivo.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas de 60 a 64 anos, representam a faixa etária com maior proporção (11%) de diagnóstico de depressão. E esse número só aumentou ao longo dos anos.
Os fatores que podem levar ao aumento da depressão no idoso são: aposentadoria e consequente sentimento de inutilidade, falta de realização profissional, redução de renda e dificuldades financeiras, isolamento social, ocorrência de outras doenças e morte de amigos e familiares…
Quem cuida de idosos deve estar sempre atento aos sinais de depressão para que o diagnóstico seja feito o quanto antes.
Estar atentos aos sinais é o primeiro passo para cuidarmos daqueles ao nosso redor que amamos. E o segundo passo é buscar ajuda profissional. O acompanhamento psiquiátrico é de extrema importância para auxiliar no tratamento da depressão.
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